Os esportes paralímpicos, dentre eles a Paracanoagem, devem seguir regras do Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
No esporte Paralímpico, diferente do Olímpico, existe o Sistema de Classificação. Todos os esportes paralímpicos devem seguir as regras do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), que faz a gestão de alguns esportes, como natação e atletismo. Para outros esportes, como a canoagem, existe uma Federação Internacional, que também deve ser as regras do IPC, com alguns ajustes, conforme necessário. E todos devem seguir essas regras.
O que é necessário para um Classificador de Paracanoagem?
Conhecer/ler todos os documentos do IPC e da Federação Internacional de Canoagem (ICF), assim como de respeitar todos os protocolos e regras do Comitê Paralímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Canoagem.
Além de conhecer as regras (IPC e ICF, no caso da canoagem) e ter um excelente conhecimento específico (ciência do movimento humano, para o classificador funcional), o classificador deve ser rigorosamente o Código de Ética do IPC.
Dessa forma, o classificador pode atuar de maneira correta na Paracanoagem.
Classificação do Atleta
A classificação do atleta começa com a análise dos documentos/exames para averiguar se ele tem ou não um comprometimento elegível para a Paracanoagem.
São 10 comprometimentos elegíveis do IPC, e a Paracanoagem se enquadra em 3 comprometimentos elegíveis, que são:
1. Diminuição da força muscular
2. Diminuição da amplitude de movimento
3. Deficiência de Membros
A oportunidade esportiva para tetraplégicos
A Paracanoagem busca esses novos atletas para mostrar a eles novas oportunidades, como é o caso de Marcelo Carmessano, da categoria KLT1. “O maior desafio é superar as adversidades todos os dias, que não é diferente dentro do caiaque e da Paracanoagem. Nossa dificuldade é muito grande, nós temos várias adaptações para isso, mas mesmo assim estamos tentando chegar em um consenso para todos os atletas. O maior sonho nosso, é claro, é participar de um campeonato mundial, para representar o Brasil lá fora”.
“A minha categoria é a KLT1, a categoria que tem mais comprometimento. A dificuldade é muito grande, pois pessoas nessa condição possuem pouquíssima mobilidade. Trazer esses novos atletas é complicado, até mesmo o medo que possuem de entrar no caiaque, de não ter um acompanhante”, complementa Marcelo.
Essa dificuldade só é possível ser sanada com esse estímulo para que as pessoas se interessem e busquem as modalidades paralímpicas. Segundo Fátima Fernandes, Supervisora da Paracanoagem, é importante criar oportunidades nos eventos nacionais/regionais para que novos atletas possam ingressar à Paracanoagem.
“Em 2013, tivemos um curso de classificação na USP, estávamos eu e o Diego, classificador italiano, o evento foi organizado pelo Leonardo Maiola, e existiam alguns atletas voluntários para o curso de classificação, dentre eles o Felipe Pacheco e o Marcelo Carmessano. Decidimos, então, escrever duas classes a nível nacional para os tetraplégicos, contribuindo para que a Canoagem seja cada vez mais inclusiva”, comenta Fátima.
A prática esportiva é um dos meios que trazem benefícios para as pessoas, pois ela proporciona métodos que estimulam a funcionamento do corpo. “Primeira coisa, faz bem para a pessoa. Eu estou na Paracanoagem desde 2013, e já fomos em nove atletas. Com essa dificuldade que tivemos, foram diminuindo os atletas, hoje na KLT1, que é a minha categoria, estamos com três atletas, e na L2 temos cinco atletas. Mas por conta dessa dificuldade querem desistir, mas estamos aqui para incentivar e trazer novamente atletas para remarem conosco”, ressalta Carmessano.